Sindicato diz que faltam apoios, ministério nega
"O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) disse hoje que as condições das escolas e unidades da Educação Especial na Região Centro são, na "grande parte" dos casos "insuficientes e inadequadas", críticas que o ministério da Educação considera "infundadas".
O SPRC apresentou hoje em Coimbra um "levantamento de dados" relacionados com a Educação Especial na Região Centro.
Segundo o sindicato, esse "levantamento" conclui que "os alunos com necessidades educativas especiais, para beneficiarem dos apoios adequados são obrigados a percorrer, diariamente, grandes distâncias", nomeadamente 240 quilómetros (entre Vila de Rei e Castelo Branco, na ida e volta).
Por outro lado, as "condições físicas e materiais que existem nas designadas escolas de referência e nas unidades especializadas são, em grande parte dos casos, insuficientes e inadequadas".
"De acordo com a informação prestada pelas escolas e agrupamentos, em cerca de metade faltam recursos humanos, não apenas docentes, mas também assistentes operacionais/auxiliares de acção educativa e técnicos: terapeutas da fala, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos", garante o SPRC.
Contactado pela Lusa, o gabinete de comunicação do Ministério da Educação considerou as críticas do sindicato "infundadas".
"Com efeito, nunca se investiu tanto na educação especial como agora. O resultado é a melhoria significativa das suas condições - há melhores escolas e mais recursos humanos, físicos e tecnológicos", sustenta o ME numa nota sobre esta matéria.
De acordo com o mesmo texto, "a dimensão e intensidade das mudanças mereceram inclusive os elogios públicos da Agência Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial".
O sindicato garantiu ainda que o mesmo "levantamento" permitiu concluir que "baixou o rendimento escolar dos alunos com necessidades educativas especiais que foram afastados da Educação Especial".
"Exemplos sintomáticos, recolhidos após a avaliação do 2º período lectivo deste ano" são o Agrupamento de Escolas (AE) Ribeiro Sanches, em Castelo Branco, em que dos "45 alunos com NEE" afastados da Educação Especial 40 pioraram nos resultados escolares, ou o AE de Santa Comba Dão (Viseu), com o abaixamento do rendimento escolar de 40 dos 58 alunos retirados da Educação Especial, assegurou ainda o SPRC.
"Houve uma mudança de paradigma na avaliação das crianças e jovens com NEE, com base em critérios predominantemente de natureza médico-psicológica. A nível nacional, estão a ser afastados milhares de jovens da educação especial", disse o dirigente sindical Manuel Rodrigues, à margem da sessão, que contou com a participação do secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira.
O Ministério da Educação, por seu turno, lembra na mesma nota envia à Lusa que " foram dadas garantias públicas, explícitas e taxativas de que qualquer criança que precise do apoio da educação especial tê-lo-á".
Segundo uma comunicado sobre Educação Especial publicado no Portal da Educação, "o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, já teve oportunidade de garantir expressa, formal e publicamente que todas as crianças que precisem de apoio serão apoiadas . Sublinhou inclusive que se existir alguma criança que não tem apoio, e deva tê-lo, as famílias devem contactar os serviços, a escola, o ME, para conseguir esse apoio"." (Lusa |DESTAK.PT)
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