USA | Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

julho 26, 2009

"Na presença da Secretária de Estado Hillary Clinton, e de lideranças americanas com deficiência, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem que o país vai assinar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Obama qualificou a Convenção, o primeiro tratado internacional do século XXI, de um documento “extraordinário”.

Em seu discurso, o Presidente norte-americano disse que está orgulhoso do progresso feito no país, mas não vai ficar satisfeito até que todo americano com deficiência esteja estudando na escola mais perto de sua casa da maneira que for melhor para ele.

O Presidente disse que se lembra das pessoas com deficiência todos os dias, ao passar pela rampa construída para a cadeira de rodas do Presidente Franklin Roosevelt. Naquela época, disse ele, medo e preconceito com relação às pessoas com deficiência era a norma, mas a maioria dos americanos nem sabiam que o Presidente Roosevelt tinha uma deficiência. Isso quer dizer, completou, que a maioria dos americanos também não sabiam que a deficiência de Roosevelt não prejudicou sua habilidade de recuperar o país. Roosevelt governou os EUA, enfrentando os efeitos da grande recessão e a Segunda Guerra Mundial durante 4 mandatos. Faleceu no cargo no último deles.

Ele lembrou ainda de seu sogro, Fraser Robinson, já falecido, diagnosticado com esclerose múltipla na década de 1930. Segundo o Presidente, ele nunca reclamou, nunca buscou tratamento especial e nunca perdeu um dia de trabalho, embora precisasse usar duas bengalas para se locomover. Robinson, disse Obama, fez tudo isso e mais, antes da legislação americana, ADA (Americans with Disabilities Act) existir, um dos heróis silenciosos que mostram que pessoas com deficiência podem contribuir integralmente para sociedade, apesar da falta de reconhecimento dos outros.

O ato foi realizado no aniversário de 19 anos da ADA. O Presidente instruiu a Embaixadora dos EUA junto à ONU a assinar o documento. O tratado precisa ainda ser ratificado pelo Senado americano. 140 países já assinaram a Convenção. O Brasil está entre os 60 países que já ratificaram o documento. O tratado, que é válido no país desde agosto de 2008, foi o primeiro a ganhar status constitucional no país. [...]" (Patricia Almeida, Nova York)
Fonte: Agência Inclusive

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Escola para Todos, por Filipa Moreno

julho 23, 2009

“Todos diferentes, todos iguais” é o princípio que justifica o projecto da Escola Inclusiva. As crianças deficientes têm um lugar entre os outros alunos, porque para os mais pequenos a diferença está presente em todos nós – apenas se nota mais nuns do que noutros.

Ao entrar no recreio o cenário que surge é o esperado espaço de brincadeira da escola primária. O som das vozes alegres, risos e canções. Uma partida de futebol, jogos estratégicos, jogos de escondidas, lengalengas acompanhadas de palmas. Só com um segundo olhar, mais atento, as diferenças saltam à vista: nos grupos de crianças mergulhadas no mundo do faz-de-conta das brincadeiras, uma delas tem trissomia 21 e outra perturbações do espectro do autismo.

É assim no Externato O Nicho em S. João do Estoril, onde 20 por cento dos alunos têm Necessidades Educativas Especiais (NEE). Surdez, paralisia cerebral, trissomia 21, perturbações do espectro do autismo, síndrome de Nail Patella, hiperactividade, défice de atenção – durante os longos anos de experiência em inclusão deste colégio foram e são hoje incluídas crianças com estas e outras patologias. Os colegas recebem-nas e aceitam as suas diferenças muito naturalmente.

O ideal da inclusão tem crescido no sistema educativo português nos últimos anos. A inserção de alunos com Necessidades Educativas Especiais em turmas de funcionamento regular é o que se procura para o futuro, na tentativa de alcançar o modelo de Escolas Inclusivas, que visam a igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolar.

A Escola Inclusiva, democrática na sua essência, pretende ser o espaço onde todas as crianças podem usufruir de uma educação adaptada às suas especificidades, com vista à melhor preparação académica. Privilegia também a componente cívica através da inclusão das diferenças de cada aluno e é um meio de socialização que fomenta a consciência da diversidade.

A flexibilidade deste modelo de ensino implica a adaptação das estratégias pedagógicas às diferenças mais acentuadas, ou seja, às Necessidades Educativas Especiais.

Nova legislação só contempla necessidades permanentes

O conceito de Necessidades Educativas Especiais tem tido várias acepções, não havendo consenso quanto à sua definição. A Declaração de Salamanca, documento elaborado pela Organização das Nações Unidas em 1994, considera como alvo principal deste ensino “todas as crianças que apresentem, em algum momento da sua vida, dificuldades acrescidas no processo de aprendizagem e desenvolvimento”, como esclarece Clarisse Nunes, docente da Escola Superior de Educação e Lisboa na área de NEE.

Alguns estudiosos desta matéria clarificam o conceito, como é o caso de Rune Simeonsson, professor e especialista em NEE e colaborador da Organização Mundial de Saúde. Simeonsson distingue dois grupos – as NEE de alta-intensidade e baixa-frequência, como as deficiências resultantes de alterações funcionais e estruturais do próprio organismo, que são permanentes; e NEE de baixa-intensidade e alta-frequência, decorrentes de problemas temporários e contextuais. A este grupo pertencem dificuldades de aprendizagem, distúrbios de comportamento, de atenção e emocionais.

Embora não indique uma definição clara de Necessidades Educativas Especiais a nova legislação adopta a categorização de Simeonsson, apontando como alvo as crianças cujas necessidades específicas revelam um carácter permanente. Este aspecto tem resultado no descontentamento de muitos profissionais da educação que lidam com alunos com NEE, argumentando que o conceito imposto pelo Decreto-Lei n.º 3/2008 é demasiado restrito, uma vez que na legislação anterior estavam também contempladas as Necessidades Educativas Especiais de carácter temporário.

Para estes casos de dificuldades menos profundas, o DL n.º 3/2008 remete às escolas a criação de respostas a tais necessidades, o que pode gerar um problema ao nível dos recursos, pois “a escola tem que lhes dar resposta não com serviços de educação especial mas com serviços de apoio socioeconómico, que pode não ter”, aponta Clarisse Nunes.

A inclusão de crianças com deficiências permite-lhes ter contacto com o padrão normal de socialização e com os seus pares. Como explica Patrícia de Sousa, psicóloga de desenvolvimento infantil, “é na primeira infância que se fazem as maiores aquisições e em que a maturação em termos neurológicos está aberta a que haja essa aprendizagem, através da imitação, observação, socialização. É importante que isso seja feito num ambiente estruturado e convencional”.

A principal distinção entre as escolas de ensino regular que promovem a inclusão e os estabelecimentos de ensino especial é esta possibilidade de proporcionar no meio escolar uma representação da sociedade, preparando os alunos para a vida futura. Patrícia de Sousa aponta que “a criança até já pode estar a ter as adaptações de que precisa ao nível da sua deficiência”, como nos estabelecimentos de ensino especial, “mas não está em convivência com o padrão normal e sim com comportamentos menos convencionais”.

No ensino privado só existe apoio no pré-escolar

No ensino privado, o destacamento de professores e técnicos para o apoio a alunos com dificuldades não existe no 1º Ciclo, mas apenas no pré-escolar. No Externato O Nicho, apenas os dois alunos com deficiências do pré-escolar têm acompanhamento disponibilizado pelo Ministério da Educação. No 1º Ciclo, cabe aos pais dos alunos com NEE a contratação de apoios especializados, ou seja, professores de ensino especial e técnicos que trabalham individualmente com os alunos.

Será o caso de Guilherme, que tem 3 anos e paralisia cerebral. Apesar de estar a ser acompanhado por uma educadora do ensino especial, perderá este apoio quando entrar para a primária. Cláudia Rocha, mãe de Guilherme, conta que “é uma criança que apresenta um bom desenvolvimento de acordo com a patologia dele, mas que irá sempre necessitar de apoio do ensino especial, mais atenção e dedicação, além de uma terapeuta da fala, de uma terapeuta ocupacional, entre outras coisas mais.” Explica também que será “muito positiva a inclusão dele no meio de outras crianças da mesma idade que não têm problemas. Isso irá ajudá-lo a adquirir e estimular determinadas competências que serão importantes no seu dia-a-dia.

A partir do próximo ano, Guilherme frequentará O Nicho, onde também estuda a sua irmã Madalena, de 8 anos. Na turma de Madalena, do 3º ano, existem dois casos de alunos com NEE cuja inclusão foi bem sucedida. Cláudia Rocha assegura que esses colegas da filha “conseguem estar na sala de aula, não provocam distúrbios nem penalizam as outras crianças. As vivências deles são muito idênticas às das crianças da mesma idade.” Apesar destes casos, Cláudia refere que tem conhecimento de situações cuja inclusão no ensino estatal não resulta, devido à falta de apoios ou à gravidade das patologias das crianças.

Para Ana Gomes, directora d’O Nicho, as despesas económicas que estes apoios requerem são muito elevadas – desde professores de apoio e psicólogos a natações, botas e coletes ortopédicos, internamentos. “Para além do colégio, estas crianças podem custar entre €1500 e €2000 por mês aos pais. Podem não precisar de tudo isto, mas depois também não têm os mesmos resultados.”

Acompanhar casos de necessidades especiais requer o trabalho de parceria entre uma equipa multidisciplinar, para a melhor adequação das estratégias educativas às especificidades do aluno. Tal como no ensino estatal, participam neste processo várias entidades, desde os pais do aluno aos professores, passando por psicólogos e terapeutas. É um método demorado e minucioso que procura a definição do Plano Educativo Individual, o currículo personalizado da criança deficiente, alternativo ao traçado para a turma.

Apesar de reconhecer que se trata de um trabalho exaustivo, Ana Gomes afirma que “é muito compensador” e que “o que eles nos dão em troca justifica tudo isto. É espectacular.”

Crianças aceitam naturalmente a inclusão

O processo de inclusão pode assumir adaptações diferentes em cada caso. A Escola Inclusiva pressupõe que as crianças com deficiências estejam inseridas numa turma de funcionamento regular e aí tenham os ajustamentos necessários às suas capacidades.

Por vezes, estas adequações levam à criação de modalidades específicas de educação, como unidades de ensino estruturado para perturbações do espectro do autismo e unidades de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita. “Os alunos são retirados da sala”, conta Miquelina Lopes, professora de educação especial, “vão para as unidades, que são dentro das escolas”. “Fazem socialização com as outras crianças no recreio e em algumas actividades na sala.”

A especialista em NEE, Clarisse Nunes, reconhece que “estas unidades podem ser consideradas guetos, uma resposta à não-inclusão. As crianças podem estar no espaço da escola mas não haver interacção com os colegas.” Diz ainda que “é uma responsabilidade dos profissionais que estão a trabalhar com a criança, no sentido de promover oportunidades para que possam interagir e aprender uns com os outros”. Quando isto não acontece, “teremos um espaço social fechado e a inclusão não resulta”.

Para os casos de deficiências sensoriais a legislação estabelece a criação de escolas de referência para a educação bilingue de alunos surdos e para a educação de alunos cegos e com baixa visão.

As escolas beneficiam do apoio dos Centros de Recursos para a Inclusão (CRI), que eram anteriormente os estabelecimentos de ensino especial. Segundo dados do Ministério da Educação, a conversão dessas instituições para CRI acontecerá até 2013, transitando os alunos que os frequentavam para as escolas de ensino regular. O acompanhamento das crianças passa a ser dado por técnicos e profissionais dos centros de recursos, que se deslocam às escolas para prestar o apoio solicitado.

Filipa Cavalinhos, técnica de Psicologia da CERCICA (Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Cascais), explica que o trabalho destes centros passa por tecer “estratégias aplicáveis na sala de sala, ajudando os professores a encontrar materiais para responder às necessidades daqueles alunos.” Indica a necessidade da existência de uma equipa de ajuda “como é o nosso caso, que damos sessões individuais aos alunos mas trabalhamos na escola, sempre na tentativa de dar orientações para o contexto da sala de aula, para que os professores se sintam capazes de mobilizar estes métodos e seleccionar a melhor forma de trabalhar com cada aluno”.

Para as crianças, a inclusão é simples e livre de burocracias. Nestas idades a ingenuidade é verdadeira e as diferenças não são significantes. “Os miúdos têm a capacidade extraordinária de olhar para a diferença”, conta Ana Gomes, directora d’O Nicho. “Quando recebemos uma criança diferente só lhes dizemos que vão ter um amigo novo. Quando a criança chega eles olham e se tiverem dúvidas perguntam. É uma integração sempre pacífica”, acrescenta. Muito naturalmente, “são protectores se acharem que o devem ser, ajudam se sentirem que devem ajudar e não permitem se virem que não devem permitir”, recorda a directora. Para os alunos que convivem com crianças deficientes “há uma grande implicação e é positiva: acabam por aprender muito mais, não nos conteúdos académicos mas na formação da personalidade.”

Os Números

O ano lectivo 2008/2009 foi o primeiro a reger-se no quadro da nova legislação para a educação especial. Ainda numa fase inicial do projecto, o Ministério da Educação deu início em Janeiro deste ano a uma avaliação da implementação do DL n.º 3/2008, para a qual disponibilizou 215 milhões de euros.

Até ao momento, os resultados relativos a esta mudança no ensino especial constam do Relatório da Inspecção-Geral da Educação (Março de 2009) relativo à organização deste ano lectivo e apontam o aumento do número de docentes de educação especial de 3,3 para 4,3 por cento. “Permite um apoio mais efectivo aos alunos com NEE”, segundo o Ministério da Educação. De acordo com o relatório, foram identificados 3587 alunos (3,5 por cento) portadores de NEE no 1º Ciclo do Ensino Básico (estatal), entre os quais 3321 (92,6 por cento) obtiveram apoio. Avança ainda que as patologias mais identificadas na maioria dos casos referenciados consistem em limitações mentais a nível cognitivo, emocional e da linguagem.

Contudo, os dados disponibilizados não explicam se existe qualidade nas respostas às necessidades especiais dos alunos, isto é, no apoio aos 92,6 por cento de crianças." (Filipa Moreno | Revista N)

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Se fossem só esses os problemas da Educação Especial em Portugal ...

julho 16, 2009

Sindicato diz que faltam apoios, ministério nega

"O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) disse hoje que as condições das escolas e unidades da Educação Especial na Região Centro são, na "grande parte" dos casos "insuficientes e inadequadas", críticas que o ministério da Educação considera "infundadas".

O SPRC apresentou hoje em Coimbra um "levantamento de dados" relacionados com a Educação Especial na Região Centro.

Segundo o sindicato, esse "levantamento" conclui que "os alunos com necessidades educativas especiais, para beneficiarem dos apoios adequados são obrigados a percorrer, diariamente, grandes distâncias", nomeadamente 240 quilómetros (entre Vila de Rei e Castelo Branco, na ida e volta).

Por outro lado, as "condições físicas e materiais que existem nas designadas escolas de referência e nas unidades especializadas são, em grande parte dos casos, insuficientes e inadequadas".

"De acordo com a informação prestada pelas escolas e agrupamentos, em cerca de metade faltam recursos humanos, não apenas docentes, mas também assistentes operacionais/auxiliares de acção educativa e técnicos: terapeutas da fala, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos", garante o SPRC.

Contactado pela Lusa, o gabinete de comunicação do Ministério da Educação considerou as críticas do sindicato "infundadas".

"Com efeito, nunca se investiu tanto na educação especial como agora. O resultado é a melhoria significativa das suas condições - há melhores escolas e mais recursos humanos, físicos e tecnológicos", sustenta o ME numa nota sobre esta matéria.

De acordo com o mesmo texto, "a dimensão e intensidade das mudanças mereceram inclusive os elogios públicos da Agência Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial".

O sindicato garantiu ainda que o mesmo "levantamento" permitiu concluir que "baixou o rendimento escolar dos alunos com necessidades educativas especiais que foram afastados da Educação Especial".

"Exemplos sintomáticos, recolhidos após a avaliação do 2º período lectivo deste ano" são o Agrupamento de Escolas (AE) Ribeiro Sanches, em Castelo Branco, em que dos "45 alunos com NEE" afastados da Educação Especial 40 pioraram nos resultados escolares, ou o AE de Santa Comba Dão (Viseu), com o abaixamento do rendimento escolar de 40 dos 58 alunos retirados da Educação Especial, assegurou ainda o SPRC.

"Houve uma mudança de paradigma na avaliação das crianças e jovens com NEE, com base em critérios predominantemente de natureza médico-psicológica. A nível nacional, estão a ser afastados milhares de jovens da educação especial", disse o dirigente sindical Manuel Rodrigues, à margem da sessão, que contou com a participação do secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira.

O Ministério da Educação, por seu turno, lembra na mesma nota envia à Lusa que " foram dadas garantias públicas, explícitas e taxativas de que qualquer criança que precise do apoio da educação especial tê-lo-á".

Segundo uma comunicado sobre Educação Especial publicado no Portal da Educação, "o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, já teve oportunidade de garantir expressa, formal e publicamente que todas as crianças que precisem de apoio serão apoiadas . Sublinhou inclusive que se existir alguma criança que não tem apoio, e deva tê-lo, as famílias devem contactar os serviços, a escola, o ME, para conseguir esse apoio"." (Lusa |DESTAK.PT)

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SURDOS pintam VERÃO

julho 03, 2009

Fonte: Francisco Goulão

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"Até onde poderei sonhar" | Reportagem SIC

julho 02, 2009


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Depoimento de uma Mãe | Inclusão?

"Bom dia a todos

Moro em Montreal, no Canadá, e por aqui a situação não é muito diferente.
Desculpe se falo algo que desagrada, mas Inclusão é o tipo da coisa para ser tratada como (longo) processo, invariavelmente doloroso, em maior ou menor escala.
Achar que a escola, a sociedade passam a adotar a Inclusão simplesmente porque um Decreto ou Lei foi assinado é não querer ver a realidade. Incluir crianças autistas no Maternal é "mole". Meu filho passou por isso e foi uma experiência muito muito boa (era meio período na escola especial e meio na regular, com intensa troca de informações entre elas e muita vontade de aprender, de ambas as partes).
Mas temos que admitir que nós mesmos, pais, algumas vezes não entendemos direito nossos filhos e temos até problemas em resolver problemas de relacionamento entre os irmãos. Imagine as professoras! Muitas só ouviram falar em Autismo nos filmes; a formação acadêmica que as habilita ao magistério é fraquíssima no assunto. E eles demandam mais atenção, muitas vezes, do que todo o resto da classe junto.
Então, não se iludam: pode-se até achar uma escola ou professora preciosos nesta área, mas a regra geral é que:
  • 1o - as escolas e professores ainda estão muito longe de estarem preparados para a Inclusão, entendendo-se isso como algo que será deveras construtivo para o desenvolvimento da criança, sem deixar traumas;
  • 2o - pais que acham que a escola deve fazer isso ou aquilo porque existe um decreto em vigor e eles que se virem p/ cumprir o decreto, é comparável àqueles "bichinhos" australianos que enfiam a cabeça no buraco p/ "se livrar" do problema. Esquecem que se pode até interditar uma instituição ou se punir pessoas por não cumprir a lei, mas deixar crianças na porta da escola pela manhã e ir buscá-las à tarde, confiando no "poder da Lei" somente, pode ser muito prejudicial à criança. E, como diz meu filho, "aí já era!". Vcs vão arriscar?
Por aqui o modelo é diferente, depois que várias tentativas de "Inclusão clássica" troxeram mais prejuizos que benefícios (nas palavras do primeiro professor do meu filho, na escola elementar ainda, que era Mestre em Ed. Especial): a escola pública que frequentávamos tem turno único (8 às 3) e tinha duas salas especiais para autistas: uma turma de 6 a 9 anos e outra de 10 a 12, com dois profissionais "a bordo" e no máximo 6 crianças em cada uma. Eles tinham toda a "parte acadêmica" nestas salas e se benefeciavam da inclusão social no ônibus da escola, na ed física no ginásio, nos passeios, nos intervalos no pátio, nas frequentes gincanas entre as turmas, onde eles eram distribuídos pelas turmas "normais", enfim, tinham muitos colegas, eram conhecidos, amados e ajudados por todos nestas frequentes atividades extra classe, pois o sistema os protege das naturais chacotas que vêm dentro da aula de ciências ou matemática, por exemplo. E olha que o currículo por aqui é muito mais fraco que no Brasil.

Após passar mais de 4 anos neste esquema, meu filho terminou o ensino elementar com um nível de desenvolvimento social e de comunicação fantástico. Por conta disso, resolvemos colocá-lo numa escola secundária "semi-especial", isto é, uma escola que tem poucos alunos por sala (máximo 12) destinada a alunos com problemas de aprendizagem, não necessariamente autistas. Ele e outro colega (também autista) passaram este 1o ano com uma auxiliar em classe, mas o esquema era o de uma sala regular, com currículo acadêmico regular diferenciado (um pouco mais fraco - tem isso por aqui), mas com nada do que conheço destinado especificamente a pessoas como os nossos filhos.
Resultado: Daniel até ficou mais "experto" e independente, mas ficou muito mais autista (estereotipias, ecolalias, resistente a mudanças, diminuiu a interação comunicativa, ficou mais nervoso em casa e em lugares públicos, etc). Estamos transferindo ele para a escola especial, que tem o mesmo conteudo acadêmico e até formação profissional, mas principalmente tem programa escolar desenvolvido para autistas, com toda a sorte de estimulação que faz com que eles se desenvolvam mais. Outro aspecto é que tiramos ele da pressão diária que sofria dos colegas "normais", adolescentes como ele. É da idade e acontece mesmo que um exército de professores e monitores estejam vigiando todo o tempo.

Portanto, pelas estórias que ouvi e por experiência própria, eu, que era adepto fervoroso da Inclusão nos moldes do que se fala aqui (aquela do decreto), mudei de opinião. Defendo a Inclusão total no Maternal e, à medida que vão crescendo, vamos dosando esta Inclusão, para que tenham o máximo ganho da socializaçào (convívio e participação com todos) e do desenvolvimento em outros aspectos que só programas customizados às suas necessidades, em ambientes protegidos, oferecem uma relação custo X benefício (psicológico) amplamente favorável.

E ainda um último detalhe: manter um ajudante em sala de aula p/ nossos filhos custa dinheiro. Será que os outros pais estão dispostos a "rachar" esta conta numa boa ou isso, por si, já não seria motivo de rejeição aos nossos meninos?

Como falei no início, esta é somente minha opinião, baseada na minha experiência. Ninguém é obrigado a concordar com ela. Mas tenho a impressão que partir para o confronto, partir para a Justiça e/ou Polícia contra a escola, é esforçar-se para conseguir inimigos e desconstruir a Inclusão. Pensem que, do outro lado, existem outros fatores que, muitas vezes, nossos ideais não conseguem vizualizar. Cuidar de 20, 25 crianças na sala não é p/ qquer um. Imaginem colocar um dos nossos junto? Duvido que a professora consiga fazer por ele o que uma turminha de 6, com auxiliar, é capaz de fazer." (Depoimento de uma mãe em http://br.groups.yahoo.com/group/tidmania/)

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"What Can You Do?" Video Contest "What Can You Do?"


"Comedian and paralympian, Josh Sundquist, gives the 411 on the "What Can You Do?" Video Contest, sponsored by the Campaign for Disability Employment, which is looking to shatter misconceptions about PWDs in the workplace. The contest gives aspiring filmakers a chance to promote positive change AND win a prize valued at $1500! The deadline for entries is July 15, 2009." (Disaboom)

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O drama da deficiência profunda e da excusão ...

"O concelho alentejano Borba foi escolhido pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP) para construir um terceiro centro para deficientes profundos. Borba é o terceiro município do país, depois de Fátima e Viseu, que poderá vir a ter um centro do género. O projecto aguarda ainda resposta do Programa Operacional Potencial Humano para apoio financeiro.

O presidente da UMP, Manuel Lemos, explicou que o investimento pretende dar "resposta a uma lista de espera que, neste momento, é de 600 pessoas, sobretudo crianças". O responsável afirmou que são "muitas as solicitações" às quais as Misericórdias "não podem responder", sublinhando, por outro lado, "não serem muitas as pessoas que, em Portugal, querem fazer este trabalho ao nível da deficiência profunda".

Sublinhando que a UMP "quer ter capacidade a nível nacional e qualidade na resposta", Manuel Lemos pretende que a futura unidade seja melhor quanto ao espaço, quando comparada com as instalações em Fátima e o de Viseu. "Partindo de que os dois centros são já de excelência, em Borba vamos tentar melhorar, sobretudo em termos da gestão de espaço", assegurou o responsável.

O projecto, que prevê gerar uma centena de postos de trabalho, foi candidatado ao Programa Operacional Potencial Humano. Se a candidatura for aprovada, está previsto um financiamento de 70 por cento da verba necessária à construção. Reunida esta verba, as Misericórdias estão em condições para avançar com a obra. Caso contrário, a obra, para a qual foi doado um terreno, não pode prosseguir, admitiu Manuel Lemos, apesar de se acreditar numa resposta positiva.

O centro em Borba será o terceiro das Misericórdias para deficientes profundos e terá uma capacidade para 70 a 75 utentes.

O primeiro surgiu em 1989 em Fátima. O Centro de Deficientes Profundos João Paulo II recebe 192 utentes na valência residencial, com idades compreendidas os dois e os 45 anos à data do internamento. Já a valência educativa integra 34 crianças e jovens, com necessidades educativas especiais de carácter permanente.

Em Viseu, está instalado, desde 2001, o Centro de Deficientes Santo Estêvão, com 60 utentes na valência residencial, a que somam mais 30 no centro de actividades ocupacionais, este a funcionar desde o ano passado.

Manuel Lemos anunciou ainda que, em Fátima, junto ao actual centro para deficientes, a UMP quer construir uma unidade para integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados.

A candidatura vai ser apresentada a curto prazo, sendo que o objectivo da União das Misericórdias Portuguesas é direccionar o espaço para utentes com Alzheimer." (Lusa apud Público online)

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Alunos da Universidade do Minho criam sistema de apoio para cegos

Imagem: Ciência hoje | Soluções para melhorar vida de invisuais

"Um grupo de alunos da Universidade do Minho concebeu um sistema de apoio à mobilidade e segurança de pessoas cegas ou de baixa visão no interior de edifícios, baseado em comunicações móveis. O investigador Luís Botelho Ribeiro, do Mestrado em Engenharia das Comunicações, que orienta o projecto, explica que os alunos apresentaram 13 propostas para a construção de um sistema “que melhore a vida diária dos cidadãos invisuais”.

A apresentação das propostas dos alunos de Mestrado em Engenharia das Comunicações ocorre amanhã, no campus de Azurém da Instituição em Guimarães. Além de Luís Botelho Ribeiro, o projecto envolveu ainda os docentes Filipe Meneses, do Departamento de Sistemas de Informação, e António Esteves, do Departamento de Informática.


O investigador sublinhou que as propostas foram objecto de trabalhos de desenvolvimento de hardware e software ao longo do segundo semestre deste ano lectivo. Nos termos da proposta do projecto, “as soluções deveriam assentar numa rede sem fios com pontos de acesso a que se ligaria um conjunto de dispositivos móveis transportados pelos utentes ou colocados nos seus objectos pessoais”.

Este tipo de soluções é bastante útil pois, como indicou a título de exemplo, um invisual facilmente perde contacto com um objecto que lhe pertence, uma pasta com documentos ou um telemóvel, facto que pode ser minimizado se esse objecto emitir um sinal sonoro.

Cada proposta compreende uma parte com a electrónica digital dos dispositivos móveis e ainda o programa em linguagem JAVA de processamento das mensagens recebidas num computador central." (Ciência hoje)

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